31 de dezembro de 2024

*fragmento de catarse

A caminho do abraço da Naila, a conciliação de mais um ano de turbulências, sobrevivido no embalo dos amores mais belos, amizades de mulherzinhas do mundo que acolhem, nutrem, sustentam. Acompanhando os passos, a Cho, mestra companheira das infâncias, uma vida de disfuncionalidades, mais adiante a exigência, hoje em dia vislumbrar a paz, a segurança, a fé, que se constrói, se escolhe. No fundo mais profundo, a certeza de que a vida não era a sensação de individualidade amedrontada diante da polaridade entre existência e vazio, mas o continuum de fazer parte de uma organicidade milagrosa, beleza superior do suspiro da floresta, deixar-se dissolver na aceitação do que toca alquimizar.
A lágrima desliza por esta pele sagrada que nos permite a aventura de sentir. No transbordamento da superestimulação da mente, a projeção do trauma e do medo, nos resgata a suavidade de repousar no alívio da compaixão. Na humildade reconhecemos que não era necessário mais do que o carinho do cuidado que todos nós colegas encarnados neste plano merecemos.
Brindo para que tenhamos os corpinhos cheios de amor, que não passe despercebido neste caos que é ordem e inevitavelmente do outro lado nos encontra como um todo. Que possamos nos comover porque existe, entre todo o horror, o bálsamo de uma carícia cheia de ternura, um sopro e um empurrãozinho na noite mais escura:

“–Vou para Córdoba”, me disse a Nai, quando soube antes de mim que nessa rede de mãozinhas que amam eu ia me salvar.

Gratidão.

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